Como saber se um lubrificante usado no processador de alimentos é adequado para esta finalidade? Aqui no Brasil não temos registros, autorizações ou mesmo legislação nacional específica. A Portaria 2619/11, do município de São Paulo, é o único requisito legal até o momento, mencionando que:
3.11. Os lubrificantes utilizados nos equipamentos que possam eventualmente entrar em contato com os alimentos ou embalagens devem ser de grau alimentício. As especificações técnicas do produto devem permanecer à disposição da autoridade sanitária.
As primeiras coisas que devemos saber é que há categorias definidas para lubrificantes. São elas:
H1: Contato incidental:
Representa a utilização de um lubrificante, que, como conseqüência do uso geral da máquina ou equipamento para o qual ele é aplicado, pode resultar no contato da referida substância com o alimento. O contato não é proposital ou contínuo e é em quantidade mínima para atingir o resultado tecnológico desejado. Ex: uso em correias, fluidos de compressores, costura de latas, moagem de cana de açúcar, sprays desengripantes de uso geral).
H2: Sem nenhum contato com os alimentos (Ex: engrenagens de um ventilador de um forno de panificadora)
3H: Contato direto. Potencialmente estará no produto acabado. Ex: desmoldantes
HT1: Fluidos de troca de calor que podem ter contato incidental
Assim, como comprovar documentalmente que o lubrificante é de grau alimentício?
– A composição usa somente as substâncias autorizadas pelo FDA, – ou seja, estão na lista positiva da CFR, Title 21, seção 178.3570
– O fabricante é registrado pela NSF , National Sanitation Foundation (para lista positiva ou White Book, com a relação atualizada de fabricantes)
– Respeitam as porcentagem máximas estabelecidas na composição
– Estão registradas na categoria H1
Segundo Piet Steenard, a própria Comunidade Européia endossa o trabalho do FDA e NSF e não tem trabalho semelhante.
Fontes:
Piet Steenard , Palestra de IV Congresso de Inocuidade de Alimentos da SOMEICCA, no México. Piet é membro da EHEDG (European Hygienic Engineering & Desing Group)
Definições
Este post foi editado em 12/09/2014
Comments
Pedro Nelson A. Belmiro
novembro 17, 2013 at 12:01 pmPois é Juliane, precisamos mesmo falar mais nesse assunto. Existem muitas empresas de alimentos e bebidas que não usam produtos corretos, ou por desconhecimento ou por simples economia, o que é muito triste.
Penso que a Anvisa é que tem um papel fundamental nisso.
Pedro
Luiz Kolya Neto
fevereiro 15, 2014 at 10:27 pmTrabalho há 35 anos com lubrificantes H1 e gostaria ver publicada uma Normativa ou Lei que obrigasse as empresas de alimentos a usarem Lubrificantes Graxas e Óleos de Grau Alimenticio- H1.
Hoje não existe qualquer obrigatoriedade e existem no mercado 80% das empresas de alimentos que utilizam Lubrificantes convencionais em seus processos, mesmo sabendo do alto risco de contato.
Forte abraço
Luiz Kolya Neto
Assessor Técnico
Fernanda Miguel de Souza
outubro 18, 2014 at 2:46 pmGostaria de saber também o que seriam os ácidos e bases de grau alimentício, pois isso é muito usado na fabricação de corantes caramelo e há escassez sobre esse tema
admin
outubro 18, 2014 at 4:17 pmFernando, boa dica para um futuro post, mas para lhe ajudar, antecipo dizer que o Food Chemical Codex tem muita informação à respeito.
Atenciosamente,
Juliane Dias
Manu Costa
novembro 25, 2015 at 5:53 pm“Grau alimentício” significaria que é adequado à alimentação humana por exemplo? Obrigado.
Juliane Dias
novembro 26, 2015 at 7:18 amManu, algo que tenha grau alimentício pode ter contato com alimentos por ser atóxico ou tenha contaminantes a níveis aceitáveis. Não pode ser consumido como um alimento normal. Juliane
Mariana
novembro 27, 2015 at 11:42 amJuliane, bom dia.
Estou lendo seu artigo, que é de 2012, porém, agora em 2015, a versão 7 da Norma BRC nos pede que haja comprovação documentada de que os lubrificantes não representam risco alergênico. Saberia me dizer como podemos solicitar que o fornecedor nos comprove essa informação? Muito obrigada.
Juliane Dias
novembro 29, 2015 at 11:19 amoi Mariana, no próprio site da empresa que certificou o lubrificante, como por exemplo, NSF.
sergio santos
dezembro 16, 2015 at 2:41 pmOla Mariana
Estou com as mesma dificuldades que você no brc versão 7 tenho auditoria e ainda não sei com fazer pois no site da NSF não diz que o produto não e alergênico.
tem mais alguma informação que possa ajudar?
Cumprimentos
Juliane Dias
dezembro 16, 2015 at 7:15 pmSergio, sua dúvida foi encaminhada para um especialista.
Mariana
julho 27, 2016 at 1:06 pmSergio, um pouco atrasada, mas nao havia visto seu comentario! A solucao que encontramos foi solicitar ao fornecedor do lubrificante que nos enviasse declaracao assinada sobre a ausencia de lubrificantes. Na verdade, montamos o modelo,, contemplando os alergenicos listados na RDC 24 e o fornecedor assinou.
Por enquanto tem funcionado, mas nosso objetivo eh melhorar essa sistematica. Abracos
Samuel Onassis S Pereira
fevereiro 22, 2017 at 10:55 amBoa tarde,
Prezada,
Voce possui um e-mail para contato, gostaria de abordar o tema especifico.
Grato.