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  • Juliane Dias


Uma refeição que mudou uma vida – caso de um acidente com alergênicos no Brasil

A publicitária Carol, com pós em marketing e MBA em gestão, foi sempre criativa para desenvolver materiais lúdicos e fez toda a diferença para tornar a associação filantrópica Acalento, especializada em reabilitação e idealizada por sua mãe, ser o sucesso que é. Para se ter uma idéia, são prestados hoje 1000 atendimentos por mês a crianças com comprometimento neurológico e deficiência física, um grande serviço oferecido aos pais residentes em Caraguatatuba, SP e região.

Aos 27, anos, no dia 15 de agosto de 2010, uma refeição mudou para sempre sua vida. A jovem, que sofria de asma crônica, foi a um restaurante com os amigos dividir uma porção de lula. Consumir peixes e frutos do mar para ela nunca havia sido problema, já que sempre morou no litoral e tinha este hábito. A única restrição em sua dieta era ao camarão, uma vez que na adolescência já havia sido diagnosticada como alérgica a este alimento. Foi então num restaurante da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, que os primeiros sinais de reação se manifestaram: tosse e falta de ar, o que levou a todos para uma farmácia buscarem medicação para um aparente ataque de asma. O farmacêutico de plantão, mesmo percebendo melhora com o uso da bombinha, aconselhou direcionamento a um hospital, pois o quadro parecia ser de reação alérgica, e assim foram. O percurso até o atendimento mais próximo era longo, e no carro ela sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Desde a entrada no hospital, passando por um mês de coma profundo, a recuperação de Carol tem sido lenta e difícil para sua família. Espasmos dolorosos, intoxicação por medicamentos, divergências na linha de tratamento e terapias a serem seguidas, depoimentos de médicos nada humanizados diante da paciente que apesar do comprometimento motor tudo podia ouvir e compreender, fizeram parte da agenda. Hoje, Carol, que tem total lucidez ,é capaz de se comunicar com a família através dos movimentos dos olhos e precisa da assistência permanente de uma enfermeira, além dos atendimentos diários de fisioterapia, fonoaudióloga, terapia ocupacional, entre outras .

Não se investigou a fundo a causa do desencadeamento alérgico inesperado, mas os médicos trabalham em três teorias: 1) A lula foi frita no mesmo óleo que o camarão: 2) A paciente passou a desenvolver alergia a um fruto do mar já habitualmente consumido 3) A reação se deu por presença de sulfito, um conservante utilizado no camarão. A família nunca cobrou a responsabilização do restaurante, mas mesmo que cobrasse, não encontraria atualmente nenhuma proteção legal, dado que não temos legislação específica sobre a comunicação de alergênicos em alimentos.

Essa história deve chegar a todos nós que atuamos no segmento de alimentação e servir de lição para importantes aprendizados, onde cada parte deve tomar a responsabilidade para si:

Restaurantes: pratiquem a segregação de óleo de fritura para peixes e frutos do mar, ou quando não praticarem, divulguem em seu cardápio a possibilidade de contaminação cruzada. Treinem seu pessoal para dar informação sobre os processos, como por exemplo se um molho de tomate foi engrossado com farinha de trigo ou um pão é pincelado com ovos na casca para dar cor.

Consumidores: perguntem como funciona os bastidores dos restaurantes e não consumam nada quando a informação for duvidosa. O contato de um alimento com outro pode ser suficiente para desencadear um choque anafilático.

Agências regulatórias: estabeleçam leis que obriguem a capacitação de restaurantes na questão de alergênicos. Definam critérios para rotulagem de alergênicos e comunicação com o consumidor.

Agradecemos à  Zenaide, mãe de Carol, que generosamente aceitou compartilhar esta história com o blog Food Safety Brazil.

Leiam a entrevista que Carol concedeu a uma revista, aos 23 anos, sobre o Second Life.

 

 

 


Comments

    • Ana Claudia

      abril 19, 2013 at 6:32 pm
    • Responder

    Alergia alimentar não é brincadeira não. Minha mãe, também alérgica ao camarão, toma bastante cuidado ao ingerir alimentos fora de casa e ainda assim, foi hospitalizada porque consumiu um arroz em um restaurante. O chef resolveu inovar em um determinado dia aproveitando a água que tinha preparado o camarão para fazer o arroz…


    • Marli Monteiro

      abril 20, 2013 at 1:03 am
    • Responder

    Muito boa postagem! Parabéns!


    • Fabiana G. Ferreira

      abril 22, 2013 at 12:40 pm
    • Responder

    Realmente, quem não tem alergia alimentar não faz ideia da gravidade que algumas ações simples como uso do óleo, da água pode desencadear nas pessoas alérgicas. Fica evidente que no mínimo se o controle não é feito a informação deve ser obrigatória!


    • vanessa

      abril 25, 2013 at 2:26 am
    • Responder

    Ao ler este post, me lembrei de uma vez em um restaurante no Chile especializado em comida peruana… Ao fazer o pedido, uma amiga enfatizou ao garçom que não podia comer nenhum tipo de pescado pois era alérgica. O garçom concordou e afirmou que não precisava se preocupar. Um minuto depois, o métre veio até nossa mesa para enfatizar que o prato dela seria feito em utensílios separados, e que ele pessoalmente estaria acompanhando o preparo para assegurar que não haveria possibilidade de contaminação cruzada, pois sabe da seriedade do assunto. Ficamos impressionadas com o conhecimento e a prática implementada neste restaurante, ainda mais por ser uma culinária peruana, onde a maioria dos pratos são a base de pescado. Infelizmente esta é a realidade da minoria dos estabelecimentos…


    • Raquel Dantas

      maio 26, 2013 at 5:03 pm
    • Responder

    Parabéns pela matéria, precisamos mesmo divulgar fatos como esses para as pessoa conhecerem sobre os riscos ligados aos alimentos. E que Deus abençoe esta família!



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